Movimento é Vida: O papel da atividade física na prevenção e no enfrentamento do Câncer
Quando falamos sobre prevenção do câncer, é comum que a alimentação, os exames periódicos e o abandono do cigarro apareçam como recomendações principais. Mas há um aliado silencioso, acessível e extremamente poderoso que nem sempre recebe a atenção que merece: a atividade física.
PREVENÇÃOREABILITAÇÃO
Dr. Neto Pereira
4/29/20253 min read


O movimento transforma o corpo por dentro. Melhora a circulação, regula hormônios, reduz inflamações, fortalece a imunidade. E tudo isso tem impacto direto na prevenção e no enfrentamento de diversas doenças — inclusive o câncer.
A boa notícia? Não é preciso ser atleta para se beneficiar. Caminhar, subir escadas, dançar, pedalar ou praticar alongamentos com frequência já faz diferença. O que importa é colocar o corpo em movimento — com regularidade e prazer.
Atividade física como forma de prevenção
Estudos populacionais robustos mostram que pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver vários tipos de câncer, especialmente:
✔ Câncer de cólon
✔ Câncer de mama (principalmente em mulheres pós-menopausa)
✔ Câncer de endométrio
✔ Câncer de esôfago, rim, bexiga e estômago
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% dos casos de câncer poderiam ser evitados com mudanças de comportamento, e a prática regular de atividade física é uma das principais ferramentas nesse processo.
Mas por quê?
✔ Redução de inflamações crônicas – que criam um ambiente propício para o desenvolvimento de tumores.
✔ Melhora do metabolismo e da sensibilidade à insulina – evitando desequilíbrios hormonais.
✔ Controle do peso corporal – a obesidade é um fator de risco para diversos tipos de câncer.
✔ Regulação dos hormônios sexuais – especialmente importante em tumores hormonossensíveis.
✔ Fortalecimento do sistema imunológico – que ajuda a identificar e combater células defeituosas.
Durante o tratamento: o exercício como cuidado complementar
Antigamente, acreditava-se que o paciente com câncer deveria ficar em repouso absoluto. Hoje, sabemos que, com avaliação adequada e acompanhamento profissional, a atividade física pode e deve ser parte do tratamento.
Movimentar-se ajuda a:
✔ Reduzir o cansaço (fadiga oncológica), tão comum durante a quimioterapia ou radioterapia
✔ Melhorar o humor e combater sintomas de ansiedade e depressão
✔ Proteger a massa muscular e a densidade óssea
✔ Melhorar a função cardíaca e pulmonar
✔ Manter a autonomia e qualidade de vida mesmo durante períodos delicados
Claro, cada caso é único. A intensidade e o tipo de exercício devem ser adaptados à fase do tratamento e às condições clínicas de cada paciente. Por isso, a orientação de um profissional capacitado faz toda a diferença.
Após o tratamento: reconstruindo corpo e confiança
A prática de atividade física no período pós-tratamento ajuda o corpo a se recuperar mais rápido — mas também ajuda na reconstrução da identidade, da autoestima e do vínculo com a própria vida.
Muitos pacientes relatam que, ao voltar a caminhar, dançar ou praticar um esporte que amam, reencontram partes de si que estavam adormecidas. O exercício físico, nesse contexto, é também um ato simbólico de retomada e superação.
Não se trata de performance, mas de cuidado
Ninguém precisa correr maratonas. O que a ciência mostra é que movimentos simples, regulares e prazerosos já são capazes de promover grandes mudanças internas.
Atividade física não é só prevenção — é enfrentamento.
É ferramenta, é terapia, é carinho com o próprio corpo.
Se fosse um medicamento, provavelmente estaria entre os mais prescritos da oncologia moderna.
Comece devagar. Mas comece.
Se você está saudável, movimente-se para permanecer assim.
Se está em tratamento, converse com seu médico e busque formas seguras de continuar se movendo.
Se já venceu o câncer, celebre sua força com passos firmes — por você e por quem ainda está no caminho.
Autor: Dr. Neto Pereira
Oncologista, especializado em Predisposição Hereditária ao Câncer e Oncologia de Precisão.




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